Em 1923, o Jornal Internacional de Zoologia publicou o caso
de um galináceo cujo comportamento variava entre o de uma fêmea (botando ovos)
e o de um macho (tentando acasalar com outras fêmeas e apresentando um
testículo). Esses animais são chamados ginandromorfos bilaterais e possuem
metade do corpo feminino e metade masculino. No caso da galinha/galo, o animal
possuía também um ovário e tinha uma metade do corpo menor e mais
arredondada que a outra. Ocorrendo especialmente em aves, o fenômeno
já foi observado em vários insetos como abelhas, borboletas, bichos-da-seda, em lagostas, caranguejos e até serpentes.
A rara ocorrência, diferente do hermafroditismo (que se limita a
apresentar duas genitais distintas), pode ser, na verdade, um truque
evolutivo, uma tentativa de controle biológico próprio de uma espécie para
produzir mais machos ou fêmeas, de acordo com a necessidade de reprodução.
Segundo matéria da BBC, "Há ainda uma última possível
explicação para os ginandromorfos: o fato de, em alguns lugares, a atividade
humana ter dado origem a eles. Pesquisadores encontraram uma abundância de
borboletas ginandromorfas depois dos desastres nucleares de Chernobil, na
Ucrânia, e de Fukushima, no Japão.
Imagem: Shirley Caldwell
Um exemplo de ginandromorfismo foi descoberto este ano na
Pensilvânia, EUA, por Shirley Caldwell, uma americana apaixonada por aves. Ela
fotografou uma ave cardeal, metade macho e metade fêmea. A diferença de cores, no caso, marca a divisão dos sexos no animal. Esse pássaro, diferente
de outros a apresentarem o fenômeno, no entanto, não é infértil, já que a metade onde
se localiza o ovário (esquerda) é a da fêmea. A ave está acompanhada de
outro macho e a expectativa, segundo matéria da Revista Galileu, é de que
venham filhotes por aí.
Não há relatos de ocorrência do ginandromorfismo em mamíferos.
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